Mohamed Aboutrika durante jogo da seleção egípcia em eliminatórias
para a Copa do Mundo, em 19 de novembro
de 2013 (Foto: AP Photo/Manu Brabo)
O Egito colocou um dos mais renomados atletas do país, o astro aposentado do futebol Mohamed Aboutrika, em uma lista de terrorismo por supostas relações que teria com a Irmandade Muçulmana, grupo proibido pelo país.
Torcedores ficaram chocados com a medida e a classificaram como uma "injustiça" contra o ex-meio-campista que liderou a seleção do país por cerca de uma década e é amplamente apontado como o atleta mais celebrado de sua geração no Egito.
O Egito classificou a Irmandade Muçulmana como uma organização terrorista e prendeu milhares de apoiadores do grupo desde que os militares derrubaram o presidente islâmico Mohamed Mursi do poder em julho de 2013, após uma onda de protestos contrários ao governo liderado por ele.
Aboutrika negou apoiar a Irmandade, que afirma se manter pacífica, mas foi visto apoiando a eleição do ex-presidente na campanha de 2012. Posteriormente ele teve seus bens congelados por um comitê criado para apreender e gerenciar os fundos e propriedades da Irmandade.
O ex-atleta de 38 anos recebeu uma série de prêmios tanto dentro quanto fora do país. Do lado de fora da sede de seu ex-clube, o Al Ahly, no bairro de Zemalak, os torcedores manifestaram descrença.
"É uma injustiça. É isso que Aboutrika merece por tudo o que fez por esse país? Isso acontecer com ele? E, aliás, a popularidade dele é maior que a do presidente", disse Abdel Hamid, de 62 anos.
A inclusão na lista de terrorismo significa que o ex-jogador ficará proibido de viajar e ficará em uma lista de observação por três anos, disse o jornal estatal Al-Ahram.
Aboutrika está atualmente no Gabão atuando como comentarista durante a Copa das Nações Africanas.
O advogado do ex-jogador, Mohamed Osman, se recusou a dizer se ele retornará ao Egito, mas disse que recorrerá da decisão, tomada por um tribunal do Cairo.
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