0
                                      


Donald Trump acena, ao lado da mulher, Melania, ao chegar a 
Washington na tarde de quinta (19), véspera de sua posse (Foto: Jonathan Herst/Reuters)




O Presidente eleito dos Estados Unidos, Donald Trump, iniciou nesta quinta-feira (19) a agenda de atos oficiais de sua posse depositando uma coroa de flores no túmulo do soldado desconhecido no cemitério militar de Arlington (Virgínia). Donald Trump desembarcou na base aérea Andrews, em Washington, acompanhado de sua família, por volta das 15h15 pelo horário de Brasília. Ele se mudará hoje para a Casa Branca.

Trump foi com sua esposa Melania (vestida de preto e com grandes óculos de sol) a uma cerimônia que tradicionalmente serve de abertura dos atos oficiais das posses presidenciais.
Sob um entardecer relativamente ensolarado em Washington, Trump esteve também acompanhado de seus filhos Ivanka, Tifanny, Donald Jr. e Eric e suas respectivas famílias.
O presidente Trump e seu vice-presidente, Mike Pence, colocaram a coroa de flores de maneira solene e em silêncio em cerimônia na qual se renderam honras militares.

A cerimônia serve como lembrança das vítimas de todas as guerras americanas e homenagem às famílias dos veteranos, algo que Trump tentou pôr no centro de sua campanha desde o início de sua corrida rumo à Casa Branca como candidato republicano.
O cemitério de Arlington, criado em 1860 e que fica em uma colina em frente à cidade de Washington, é o lugar de descanso dos restos mortais de 400 mil soldados americanos e de outros 11 países e é visitado anualmente por cerca de quatro milhões de pessoas.
Além disso, o cemitério é o lugar onde descansam os restos do presidente John Fitzgerald Kennedy.

'América grande de novo'

Depois da homenagem no cemitério de Arlington, Trump foi ao outro lado do rio Potomac, no Lincoln Memorial, onde foi realizado um evento com shows de música country e fogos de artifício. Ao final das apresentações musicais, o presidente eleito subiu ao palco e fez um breve discurso, em que repetiu seu slogan "Make America great again", "Fazer a América grande de novo", em português.
"Vamos unificar nosso país e vamos fazer a américa grande para todas as nossas pessoas, todos", afirmou. "No último mês da campanha [presidencial] sabíamos que algo especial estava acontecendo e só posso dizer que não nos deram crédito. Eles se esqueceram de muitos de nós. Vocês não são mais esquecidos", disse.


"Não sei se amanhã o dia vai estar bonito ou se vai chover muito, mas vou ver vocês amanhã e vou saudar vocês todos, porque o que vocês fizeram foi muito especial. E juntos vamos fazer a América grande de novo e maior do que nunca", afirmou sob aplausos.

Posse

A cerimônia de juramento ao ar livre, no Capitólio, começará ao meio-dia (15h de Brasília) desta sexta-feira (20), segundo data e hora estabelecidas na Constituição, e será transmitida por emissoras de TV de todo o planeta, em um dia com previsão de chuvas.
Centenas de milhares de cidadãos, entre partidários e opositores ao novo presidente, começaram a chegar à capital para participar deste ritual democrático, no qual estarão presentes dirigentes políticos de todo o país, entre eles a adversária de Trump na disputa à Casa Branca, a democrata Hillary Clinton, e três ex-presidentes.


"Trump tem pressa real de chegar à Casa Branca e começar a trabalhar para os americanos", disse na quarta-feira seu vice-presidente, o conservador Mike Pence, de 57 anos.
Sem experiência política, nem militar, o septuagenário Donald Trump foi eleito, de certa forma, graças aos maus modos: seus eleitores, egressos das classes populares, o levaram à Presidência para virar a página da era Obama e alterar profundamente o status quo político. O bilionário prometeu por mãos à obra rapidamente.

De Kennedy a Reagan

Depois de se despedir de Barack Obama, o republicano prevê estampar sua assinatura em quatro ou cinco decretos na própria sexta-feira e em muitos outros, mais importantes, a partir de segunda, com a finalidade de desmontar tudo o possível da gestão de seu antecessor, sem esperar o Congresso, em temas como imigração, meio ambiente, energia e direito trabalhista.
Trump deve, ainda, terminar o discurso de posse que fará na sexta-feira. Em dezembro, em seu clube privado de Mar-a-Lago, na Flórida, sua "Casa Branca de inverno", ele disse que queria se inspirar em John F. Kennedy e Ronald Reagan.
Em 1961, em plena Guerra Fria, o democrata Kennedy conclamou seus concidadãos, em seu discurso inaugural, a não reivindicar que os Estados Unidos fizessem algo por eles, mas se perguntar o que eles podiam fazer pelo país. Em 1981, Reagan disse que "o governo não é a solução para nossos problemas, o governo é o problema".
Trump consultou vários historiadores, observou discursos de alguns de seus antecessores e tem sido aconselhado por seus assessores, mas o texto que lerá na sexta-feira será "um texto Trump". "É ele que o redige, edita e corrige", comentou seu porta-voz, Sean Spicer.
A duração do discurso seria de 20 minutos, como o de Barack Obama em 2009, disse o porta-voz.

Oposição democrata se organiza

O presidente em fim de mandato fez uma espécie de advertência na quarta-feira ao seu sucessor. Com um pé fora da Casa Branca, o democrata, de 55 anos, reiterou que não intervirá regularmente no jogo político, mas não se calará se Trump ultrapassar alguns limites.
A oposição democrata está se organizando sem o atual presidente.
Um terço dos legisladores do partido boicotará a cerimônia de sexta-feira e, no Senado, os democratas tentarão dificultar a confirmação de diversos membros do gabinete de Trump.
Os republicanos pretendiam que na mesma sexta-feira pelo menos sete integrantes do novo gabinete fossem confirmados em seus postos pelo Senado, mas é provável que fracassem em sua tentativa.

Postar um comentário

Obrigado pelo seu comentário. Não publicamos neste blog comentários com palavras de baixo calão, denúncias levianas e troca de ofensas entre leitores.